Política

Dourados: Mato alto e pernilongos levam MPE a cobrar administração sobre aeroporto

Ele garantiu que as problemáticas apresentadas já foram todas solucionadas e que os serviços de manutenção e reparos já foram efetivados.


Aeroporto de Dourados na mira do MPE - Crédito: Divulgação/Aviação Regional de Dourados

O Ministério Público Estadual instaurou inquérito civil para investigar problemas ao redor do Aeroporto Regional de Dourados Francisco de Matos Pereira. Denúncia protocolada na 11ª Promotoria de Justiça aponta abandono com os cuidados simples, mas que se ausentes podem causar transtornos irreparáveis. 

Segundo o documento divulgado no Diário Oficial do MPE desta terça-feira (26), a sala de embarque da estação aeroportuária estaria sendo tomada por pernilongos. Conforme denunciante, a situação já estaria insuportável e indicando possível acúmulo de água parada. 

Desta forma, o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) foi acionado e no dia 14 de janeiro realizou vistoria de inspeção do local. Na ocasião constatou-se que a tampa de cisterna estaria quebrada, o mato aos arredores estava alto, inclusive na área da tubulação de escoamento de água pluvial.

Em reunião com o promotor responsável pelo caso, Etéocles Brito, realizada no dia 27 de fevereiro, o diretor do Aeroporto de Dourados Juliano de Almeida Domingos confirmou problemas no que tange a manutenção do local. 

Ele disse que, entre os principais problemas, o mais sensível é a roçada do mato que fica na lateral da pista de pouso. Essa, que deveria ocorrer a cada 15 dias, é realizada pela gestão somente em situações esporádicas. 

Além disso, a limpeza da vala de drenagem também tem sido um problema.

Quando chove a água acumulada não consegue escoar, ficando acumulada na pista e provocando risco iminente de acidente provocado por aquaplanagem do avião. 

“A limpeza da vala deveria ocorrer pelo menos uma vez por mês, mas tem sido feita com pouca frequência, geralmente em véspera de inspeção da ANAC”, afirmou o diretor ao MPE.

REFORMA E AMPLIAÇÃO

Outro ponto destacado no inquérito é a limitação do aeroporto em poder receber apenas aeronaves modelo ATR 72 (turbo hélice) por falta de condições estruturais. Segundo o documento, a pista de pouso é muito antiga e depende de atividade de ampliação para poder receber aeronaves maiores.

O fato é que promessas e reuniões para anunciar a reforma não faltam no município. Atulamente, um projetoi orçado em R$ 49 milhões, está em andamento desde 2017 e teve licitação realizada em fevereiro desde ano. 

A execução é de responsabilidade do Exército Brasileiro e promete ser concluída até 2020. Recentemente, o coronel Maurício Magnus Sampaio, chefe do Estado Maior da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada de Dourados, confirmou que aproximadamente R$ 4,2 milhões já foram aplicados na aquisição de equipamentos de engenharia.

A obra  vai contemplar a ampliação e restauração da pista de pouso e decolagem, execução de nova pista de taxiway, pátio de aeronaves, áreas de escape, faixas preparadas e de pistas, implantação do estacionamento de veículos, vias de acesso e terraplanagem necessária para edificações e serviços complementares para adequação de infraestrutura necessária para a operação do aeroporto “Francisco de Mattos Pereira”.

OUTRO LADO

O Dourados News entrou em contato com o responsável pelo aeroporto, Juliano de Almeida Domingos, para discutir os fatos apontados na denúncia. Ele garantiu que as problemáticas apresentadas já foram todas solucionadas e que os serviços de manutenção e reparos já foram efetivados. 

Juliano afirmou à reportagem que compete a Semsur (Secretaria Municipal de Serviços Urbanos) a realização das ações de limpeza do local. 'Todas as solicitações são encaminhadas à Semsur. Eu tenho a obrigação de encaminhar, porém o atendimento depende da agenda deles', explicou.

O Dourados News buscou contato também com o secretário da Semsur, Fabiano Costa, e segundo ele houve comprometimento na comunicação entre a administração do aeroporto e a pasta dirigida por ele há pouco mais de 30 dias. 

Fabiano afirma que não tinha conhecimento das exigências de manutenção com cronograma pré-programado e que atende demandas de toda a cidade, por isso, sempre que uma solicitação chegava até a secretaria era incluída no cronograma já em andamento. 

Ele também comentou a reunião do diretor do aeroporto com o MPE e disse não ter participado do encontro, não podendo ser responsabilizado pelo fato da ausência de manutenção nas valas de escoamento da água. 

'Só saber do problema e não buscar uma solução fica difícil. Deve ter ocorrido algum ruído de comunicação entre a administração do aeroporto com a Semsur, até porque sobre esses fatos e as normas de reparos, estou sendo informado agora', concluiu Fabiano.