Política

Taxa de desemprego acelera para 12,4% em fevereiro e atinge 13,1 milhões de pessoas

O Brasil tem ainda 39,676 milhões de trabalhadores na informalidade


Fila quilométrica: milhares de desempregados tentaram se candidatar a uma vaga no mutirão do emprego realizado esta semana em São Paulo Foto: Edilson Dantas

A taxa de desemprego ficou em 12,4% no trimestre encerrado em fevereiro, quando 13,1 milhões de pessoas buscavam uma vaga. Os dados são da pesquisa Pnad Contínua do IBGE e foram divulgados nesta sexta-feira. Nos três meses de setembro a novembro, que servem como base de comparação, a taxa havia ficado em 11,6% e o desemprego atingido 12,2 milhões de pessoas. Há um ano, a taxa estava mais alta: era de 12,6%.

Desde o trimestre encerrado em agosto, o número de pessoas sem emprego não rompia a barreira dos 13 milhões. O Brasil tem ainda 39,676 milhões de trabalhadores na informalidade. Isso representa 43% do total da força do trabalho no país.

A população ocupada, estimada em 92,1 milhões de pessoas, caiu 1,1% ou menos um milhão em relação ao trimestre encerrado em novembro. Mas cresceu no mesmo ritmo na comparação com o trimestre encerrado em fevereiro do ano passado.

Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, explica que a alta da taxa já era esperada porque janeiro e fevereiro são dois meses de dispensa dos trabalhadores temporários contratados no fim do ano anterior. Essas dispensas, este ano, se deram basicamente divididas de forma igual entre setor público e privado. No caso do público, a maioria das dispensas foram de professores que não eram concursados. No setor privado, houve demissões consideráveis na indústria (-198 mil pessoas empregadas) em relação ao trimestre encerrado em novembro.

— Tal como a carteira de trabalho assinada, a indústria é um indicativo da atividade e econômica e houve dispensa significativa nesse setor, de trabalhadores homens e de baixa instrução — disse Cimar.

Por outro lado, o único grupo que cresceu foi o de transportes, alta de 133 mil pessoas em relação a novembro, puxada pelo setor de transporte de aplicativo.

— Basta você ter um carro para poder trabalhador, não disputa vaga com ninguém — explica o coordenador do IBGE.

Brasileiros fora da força de trabalhoSegundo o IBGE, no trimestre encerrado em fevereiro, um total de 65,7 milhões de pessoas não estavam trabalhando nem buscando uma vaga . Esse número representa uma alta de 1,2% de brasileiros nessas condições em relação ao mesmo trimestre de 2018.

A taxa de subutilização da força foi de 24,6%, outra alta em relação ao trimestre anterior, quando havia ficado em 23,9%. A população subutilizada, estimada em 27,9 milhões de pessoas, é recorde para a série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. A alta foi de 900 mil pessoas em relação aos três meses encerrados em novembro do ano passado e mais 795 mil pessoas em relação ao mesmo período de 2018.

Os subutilizados são aqueles trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas (têm jornada inferior a 40 horas semanais e estavam disponíveis e gostariam de trabalhar mais), os desempregados, as pessoas que procuraram trabalho mas não estavam disponíveis para trabalhar por alguma razão e aqueles que estavam disponíveis para uma vaga mas não estavam procurando emprego porque haviam desistido da busca, os chamados desalentados.