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Há um mês de casamento, defesa de diretor da Minerworld pede devolução de passaporte

Documento foi apreendido durante a Operação Lucro Fácil, do Gaeco


Cícero Saad Cruz é réu em ação civil coletiva que investiga a empresa Minerworld (Foto: Reprodução)

A defesa de Cícero Saad Cruz, diretor da investigada Minerworld, requereu à Justiça, na último dia 14 de maio a devolução do passaporte do empresário, coletado por agentes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) durante cumprimento de mandado de busca e apreensão da Operação Lucro Fácil, em abril de 2018.Defesa de Cícero Saad Cruz pede devolução de passaporte (Foto: Reprodução)

De acordo com a defesa, a apreensão do documento, que é necessário para viagens internacionais, não constava no mandado de busca e apreensão expedido pelo juiz David de Oliveira Gomes Filho, titular da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, onde corre a ação.

Mesmo assim, o documento foi apreendido pelo Gaeco. Ele estava guardado num cofre, localizado no quarto de Raimundo Olegário e Mirna Saad, pais de Cícero, conforme o termo circunstanciado de busca e apreensão que consta no processo.

Além de destacar que o documento não constava na ordem de apreensão, a defesa argumenta, ainda, que a posse do passaporte, mesmo que por ordem judicial, seria considerada ilegal. A partir disso, a peça assinada pelo advogado Rafael Echeverria Lopes pede a “imediata devolução do referido documento”.

Casamento de luxo

Está marcado para o próximo dia 22 de junho – daqui a um mês – o casamento de Cícero Saad com a corretora de imóveis Yslanda Maria Alves Barros. A cerimônia será realizada em um buffet sofisticado em Indianápolis, no Estado de São Paulo, e terá dezenas de padrinhos.

A informação do casamento de luxo veio à tona há um mês, quando vazaram em redes sociais fotografias e prints do convite para a cerimônia, bem como sobre a lista de presentes, que inclui produtos caros e até cotas para viagens à Europa.

O casamento causou indignação nos investidores que se sentiram lesados pela empresa e despertou suspeita de que o réu escondesse o dinheiro que alega ter perdido.

Coletivos Homogêneos de Campo Grande, no nome do Saad consta apenas uma moto Honda CG 125, cujo preço é estimado em R$ 4 mil.

Em janeiro, após a primeira audiência da ação, na qual Saad compareceu, o advogado do líder da Minerworld, Rafael Echeverria, afirmou à reportagem que Saad estaria dependendo de ajuda financeira da família. “[Ele está] sem nenhuma receita, nada está entrando. Essa é a realidade. Quem tem dado suporte financeiro é a família”, declarou ao Jornal Midiamax.

Em março, um dos ex-investidores acusou a empresa de tentar esconder uma conta de criptomoedas com saldo de R$ 547.936.704,43 em bitcoins. No entanto, a defesa da empresa nega que a Minerworld seja dona dos valores milionários e afirma que sequer tem vínculo com a conta mencionada.