Política

Bancada do PSL defende atos diferentes para liberação de armas

Correligionários do presidente apoiam projeto de lei para mudança em legislação e não decreto


Senadora do PSL por Mato Grosso do Sul, Soraya Thronicke, disse que colegas deram desculpa. - Foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado

A bancada sul-mato-grossense do PSL no Congresso Nacional, partido do presidente da República Jair Bolsonaro, avaliam que o Palácio do Planalto errou ao enviar ao parlamento decreto flexibilizando o porte e a posse de armas de fogo no Brasil. A melhor ferramenta jurídica é o projeto de lei, apresentado ontem após ameaça de outra derrota na Câmara dos Deputados. 

É que na semana passada o Senado Federal aprovou um projeto que considera inconstitucional o decreto do presidente que prevê a 20 categorias o direito de portar uma arma de fogo fora de casa. 

Na avaliação do deputado federal do partido do presidente da República, o PSL, Doutor Luiz Ovando, a decisão do Palácio do Planalto foi tomada “diante de 50% a 50% (referindo-se a divisão na votação da matéria), resolveu retirar o decreto. O decreto você tem de aprovar na íntegra, já no projeto de lei há possibilidade dos parlamentares melhorarem o texto” exemplificando que discordava de alguns pontos do decreto, como a quantidade de projéteis que estariam a disposição dos portadores de armas. 

Já a senadora Soraya Thronicke (PSL/MS) “se o problema era de forma, vai insistir em algo que os senadores estão dando como desculpa (o decreto), Se o problema era projeto de lei, nós acabamos de apresentar o projeto”, emendando que a postura no legislativo é como “xadrez, a estratégia é definida conforme os acontecimentos”.

Estas afirmações foram feitas na tarde de ontem, após ser anunciada a revogação do decreto que flexibilizou o porte e a posse de armas de fogo no Brasil, contrariando o que o porta-voz oficial do Palácio do Planalto, Otávio Rêgo Barros, havia informado ontem (25). “O governo não revogará, não colocará nenhum empecilho para que a votação ocorra no Congresso Nacional”, disse, ao ser questionado sobre a possibilidade de o texto ser revogado para que fosse editado um outro decreto específico para colecionadores, atiradores desportivos e caçadores (CACs).

Embora tenha revogado este decreto, na edição extraordinária  do Diário Oficial da União também foram publicados outros três decretos e da apresentação de um projeto de lei sobre o mesmo assunto. Essas matérias dizem respeito à aquisição, cadastro, registro, posse, porte e comercialização de armas de fogo e de munições.  

O  projeto de lei foi  entregue ao Congresso pelos ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da Secretaria Geral da Presidência, Jorge Oliveira, na tarde de ontem.

Após reunião com Onyx, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia ressaltou que “o governo encaminha um projeto de lei, reedita os três decretos e espero que nos decretos não se encontre nenhuma inconstitucionalidade”.

Correio do Estado tentou falar com o  deputado federal Loester Trutis (PSL/MS), mas o parlamentar não atendeu as ligações.

A revogação do decreto pode ser uma forma do presidente Bolsonaro evitar uma nova derrota no Congresso Nacional, na segunda-feira o presidente da  Câmara do Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já havia adiantado que a orientação seria os deputados seguirem juntos com o Senador Federal e derrubarem o decreto presidencial. Parte bancada de Mato Grosso do Sul ouvida pelo Correio do Estado destacou na ediação de ontem que o decreto do  presidente não pode fazer alteçãoa na lei e seria inconstitucional. 

Armas em casa

Ao revogar o decreto editado em maio, o presidente busca, então, novos caminhos para tentar flexibilizar o Estatuto do Desarmamento e reduzir as críticas ao mérito do texto. 

Ainda o texto detalha que o interior da residência ou dependências desta é toda a extensão da área particular do imóvel, edificada ou não, em que resida o titular do registro, inclusive quando se tratar de imóvel rural.