Policial

Dupla nega ''sentença'' de morte a homem morto por furtar dois gramas de crack

Acusados de homicídio em 2015 estão sendo julgados nesta quinta-feira; crime ocorreu após furto de dois gramas de crack


Gilson da Silva Silvestre e Danilo Lopes Gonçalves estão sendo julgados nesta quinta-feira. (Foto: Henrique Kawaminami)

Estão sendo julgados nesta quinta-feira (8) na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, o pedreiro Gilson da Silva Silvestre, 35 anos, e o auxiliar de serviços gerais Danilo Lopes Gonçalves, 22 anos. Eles são acusados de torturar e matar Wanderson Martins de Freitas, 38 anos, na noite do dia 20 de dezembro de 2015. A vítima foi morta após furtar dois gramas de crack de uma boca de fumo.

De acordo com a acusação do MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), na noite do dia 20 de dezembro Wanderson foi até a boca de fumo de Gilson, no Residencial Oliveira, acompanhado de Danilo e um adolescente de 15 anos. No local, ele teria furtado dois gramas de crack.

Ao perceber o furto, Gilson trancou o portão da casa e impediu a saída do trio. Wanderson confessou o crime, devolveu a droga, mas recebeu sentença de morte do traficante. Com a ajuda de Danilo e o adolescente, Gilson torturou a vítima com socos e chutes. Ela foi amarrada e morta enforcada com um fio de varal. O corpo foi enrolado em um cobertor e desovado em um terreno baldio.

Na época do crime, após ser preso, Gilson confessou e detalhou o caso à polícia, afirmando que contou com a ajuda de Danilo e o adolescente. Nesta manhã, ao juiz Carlos Alberto Garcette, o réu negou o assassinato e disse que foi obrigado a assumir a autoria do crime após apanhar de policiais.

O réu também disse que morava na casa da frente do terreno onde o crime ocorreu. Na noite da execução de Wanderson, ele teria ouvido gritos, mas, segundo ele, a situação era comum na residência dos fundos, onde morava um usuário de drogas.

Assim como Gilson, Danilo negou o crime e disse que foi preso ao ''assinar papeis'' na delegacia. Ele também afirmou que não era amigo do traficante e que teve o nome envolvido no crime porque Gilson achava que ele menor de idade.''Eu não tinha vínculo com ele, não conhecia', defendeu.

Na noite do crime, Danilo contou que estava indo para uma festa com dois amigos, quando um deles resolveu passar na casa de Gilson para chamá-lo para sair também. Porém, segundo o réu, não havia ninguém no local.

Gilson e Danilo respondem por homicídio qualificado por motivo torpe e que dificultou a defesa da vítima, corrupção de menor, ocultação de cadáver e tortura.

O adolescente já foi julgado e condenado pelo crime na Vara da Infância e Juventude.