Policial

PF faz operação contra lavagem de dinheiro na venda de celulares de luxo entre irmãos

As investigações revelaram que empresas ligadas a um grupo de irmãos e amigos próximos foram criadas com o objetivo de dar uma aparência de legalidade a atividades ilícitas, principalmente o descaminho.
- Imagem Divulgação

A Receita Federal, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal lançaram na manhã desta sexta-feira (03) a Operação Ligação Familiar. O foco da ação é desmantelar um esquema criminoso de empresas em Campo Grande/MS e Ribas do Rio Pardo/MS que atuavam na venda de mercadorias estrangeiras introduzidas ilegalmente no Brasil, especialmente celulares de alto valor. 

O Esquema de Ilegalidade

 

As investigações revelaram que empresas ligadas a um grupo de irmãos e amigos próximos foram criadas com o objetivo de dar uma aparência de legalidade a atividades ilícitas, principalmente o descaminho (introdução de produtos estrangeiros sem o pagamento de impostos).

A principal estratégia do grupo era a emissão de notas fiscais inidôneas, popularmente conhecidas como "notas frias". Esses documentos eram usados para encobrir a comercialização e o transporte das mercadorias contrabandeadas, seja via transportadoras ou pelos Correios.

  • Movimentação Suspeita: Entre janeiro de 2020 e abril de 2025, as empresas emitiram mais de R$ 18 milhões em notas fiscais de vendas. Contudo, a análise bancária identificou uma movimentação financeira total de cerca de R$ 290 milhões, uma discrepância significativa.

  • Irregularidades Pessoais: As informações fiscais dos sócios das empresas indicam movimentação financeira incompatível, ocultação de renda e patrimônio, enriquecimento ilícito e fortes indícios de fraudes tributárias.

 

Cumprimento de Mandados e Possíveis Crimes

 

Estão sendo cumpridos 10 mandados de busca e apreensão em diversos locais no estado de Mato Grosso do Sul.

Os envolvidos podem ser responsabilizados pelos crimes de Descaminho e Lavagem de Dinheiro.

A operação conta com a participação de 14 Auditores-Fiscais e 29 Analistas-Tributários da Receita Federal, além de 29 policiais federais.

- Redação