A Polícia Federal (PF) lançou hoje, 16 de outubro de 2025, a Operação Circuito Fechado, marcando a conclusão de sua ofensiva contra um esquema transnacional que promovia a entrada e a distribuição ilícita de eletrônicos de alto valor no Brasil.

As apurações tiveram início em 2024, após uma grande quantidade de telefones celulares ter sido confiscada em Guaíra, no Paraná, região de fronteira com o Paraguai. A PF conseguiu identificar uma quadrilha com estrutura definida, estável e hierárquica, dedicada ao transporte, financiamento e revenda de mercadorias introduzidas ilegalmente no país.

O grupo operava em trajetos ilegais que ligavam o Paraguai a cidades brasileiras nos estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Para camuflar a origem dos produtos e do dinheiro movimentado, utilizavam veículos registrados em nome de terceiros, empresas de fachada e contas bancárias de intermediários.

Análises financeiras indicam que o grupo movimentou cerca de R$ 32 milhões em créditos identificados ao longo de quatro anos, o que atesta a significativa dimensão econômica da atividade criminosa e o impacto do esquema sobre a economia legal.

A Justiça Federal de Guaíra/PR determinou a emissão de 10 mandados de busca e apreensão e 6 mandados de prisão preventiva, além do confisco de bens móveis e imóveis ligados às atividades criminosas.

A operação conta com o envolvimento de aproximadamente 50 policiais federais. As ordens judiciais estão sendo cumpridas em Loanda/PR, Santa Isabel do Ivaí/PR, Umuarama/PR, Mundo Novo/MS e Assis/SP. Em Loanda/PR, foram executados cinco mandados de busca e três de prisão preventiva. Santa Isabel do Ivaí/PR registrou o cumprimento de um mandado de busca e um de prisão. Umuarama/PR foi alvo de um mandado de busca. Em Mato Grosso do Sul, na cidade de Mundo Novo, foi cumprido um mandado de busca e um de prisão, enquanto em Assis/SP também foram executados dois mandados de busca e um de prisão preventiva.

A investigação comprovou que a quadrilha realizava transportes semanais de centenas de celulares. Eles se comunicavam por meio de mensagens criptografadas, utilizavam aplicativos de mensagens e monitoravam em tempo real as barreiras policiais e fiscais. Além disso, movimentavam vultosas quantias financeiras por meio de contas de pessoas físicas e jurídicas usadas como fachada.

O nome "Circuito Fechado" simboliza tanto a vigilância constante que o grupo criminoso mantinha sobre suas rotas clandestinas quanto a ação coordenada da Polícia Federal, que conseguiu desmantelar toda a estrutura ilegal.

Os investigados serão responsabilizados, conforme sua participação, pelos crimes de organização criminosa, descaminho e lavagem de dinheiro.

A Polícia Federal reafirma seu compromisso em combater o crime transnacional, a lavagem de dinheiro e o descaminho, reforçando a importância de proteger as fronteiras e a economia formal brasileira.

- Redação