Policial

Presos, guardas suspeitos de milícia são afastados da corporação

Os dois são investigados por fazerem ameaças à esposa de um colega a mando dos patrões, um deles, empresário conhecido em MS


Guardas chegando ao Centro de Triagem na tarde desta terça-feira; Rafael e Robert entraram correndo, tentando evitar entrevistas, filmagens e fotos (Foto: Kísie Ainoã)

Presos desde o dia 22, os guardas municipais Rafael Antunes Vieira e Robert Vitor Kopetski, foram afastados oficial da corporação nesta quarta-feira (29). Os dois são investigados por fazerem ameaças à esposa de um colega a mando dos patrões, um deles, empresário conhecido em Mato Grosso do Sul.

Rafael e Robert também responderão a sindicância. Conforme publicação no Diário Oficial de Campo Grande de hoje, o secretário especial de segurança e defesa social, Valério Azambuja, nomeou seis servidores, três para cada comissão que investigará os guardas.

Marcelo Rios, guarda que também fazia segurança do empresário e foi preso com arsenal “de guerra” numa casa do Bairro Monte Líbano no dia 19, foi afastado no dia 22 de maio. A mulher dele, segundo a polícia, virou alvo dos outros dois guardas depois que revelou que o marido fazia segurança para o empresário.

Ele está preso preventivamente e foi levado nessa terça-feira (28) para o Centro de Triagem Anízio Lima, após “suplicar” a juiz para ser transferido da carceragem do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos de Repressão a Roubo à Banco, Assaltos e Sequestros). Rafael e Robert também foram levados na tarde de ontem para a unidade o Complexo Penal de Campo Grande.

Milícia – O trio está na mira da investigação contra quadrilha com característica de milícia.

As primeiras apurações apontaram, segundo registros policiais, que a maior parte da “escolta” do empresário são guardas municipais e que o grupo pratica crimes a mando dos patrões, dentre eles a execução de rivais da organização criminosa.

Arsenal – Numa operação do Garras com o apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar, foram encontrados em uma casa na Rua José Luiz Pereira dois fuzis AK-47 calibre 76, quatro fuzis calibre 556, uma espingarda calibre 12, uma espingarda calibre 22, 17 pistolas, um revólver calibre 357 e várias munições (15 de calibre 762, 392 com calibre 762/39 para AK-47, 152 de calibre 556, 115 de calibre 12, 539 munições de calibre 9 mm, 37 de calibre .40 e 12 calibre 45), além de silenciadores, lunetas e bloqueadores de sinal eletromagnético, capazes de conter o sinal das tornozeleiras eletrônicas. O armamento estava municiado e pronto para uso.

A suspeita da polícia é que armas tenham sido usadas em pelo menos três execuções em Campo Grande. Os AK-47 têm o mesmo calibre usado nos assassinatos do chefe da segurança da Assembleia Legislativa, o subtenente Ilson Martins Figueiredo, de Orlando Silva Fernandes, o “Bomba”, e de Matheus Coutinho Xavier, filho de um capitão reformado da Polícia Militar.