Policial

Avisos macabros continuam e mulher recebe língua de boi com cadeado na Fronteira

No dia 22 de fevereiro, outra mulher recebeu caixa com cartuchos de pistola encravados em uma cabeça de porco


Língua de boi com cadeado na ponta foi deixada em frente a uma casa em Pedro Juan (Foto: Porã News)

Uma moradora da fronteira recebeu um recado macabro na madrugada desta terça-feira (5). Após ouvir tiros na rua, Nidia Amanda Ayala, 44, foi até o portão e encontrou uma caixa de sapato e dentro dela uma língua de boi com um cadeado na ponta.

O caso aconteceu em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande. Na tampa da caixa foi escrito o nome “Mathya'. Nidia tem um filho de 18 anos chamado Mathias e suspeita que o aviso foi para o rapaz.

Esse tipo de mensagem, segundo a polícia, é um recurso usado pelo crime organizado que atua na fronteira para aterrorizar testemunhas e impedi-las de falar com a polícia sobre ações criminosas.

Ao site Porã News, policiais paraguaios inforaram que por volta de 0h30 foram ouvidos diversos tiros em frente a uma residência localizada no cruzamento das ruas Juana de Lara e Rubio Ñu, no bairro San Gerardo.

Após os tiros, que acordaram toda a vizinhança, Nidia encontrou a caixa e chamou a Polícia Nacional. O comissário Teófilo Gimenez disse que a proprietária da casa alegou desconhecer que o filho tivesse problema com pessoas do submundo do crime e acredita que os bandidos tenham se enganado.

Esse é o segundo caso de recado macabro em menos de duas semanas na fronteira. No dia 22 de fevereiro, outra moradora de Pedro Juan Caballero recebeu uma caixa de papelão e dentro havia uma cabeça de porco.

Cartuchos intactos de pistola calibre 9 milímetros estavam encravados no crânio e nos olhos do animal e na boca também havia um cadeado. Até agora a Polícia Nacional não descobriu pistas dos autores da ameaça.

A Linha Internacional entre o Paraguai e Mato Grosso do Sul enfrenta uma guerra sem precedentes, travada pelas facções criminosas pelo controle do tráfico de drogas e de armas.

Nos dois primeiros meses de 2019, pelo menos 40 pessoas foram assassinadas nos dois lados da fronteira, a maioria em Pedro Juan Caballero e Ponta Porã.