Política

'Ia dar um tiro na cara dele (Gilmar) e depois me suicidaria', conta Janot

O epis贸dio foi lembrado pelo pr贸prio Janot em entrevistas publicadas nesta quinta-feira pelo jornal Estado de S. Paulo e pela revista Veja.


Foto: Divulga莽茫o

O ex-procurador-geral da Rep煤blica,聽Rodrigo Janot,聽contou que planejou聽matar聽o ministro聽Gilmar Mendes,聽do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2017. O epis贸dio foi lembrado pelo pr贸prio Janot em entrevistas publicadas nesta quinta-feira pelo jornal 鈥淓stado de S. Paulo鈥 e pela revista 鈥淰eja鈥. Sem citar o nome do ministro, a cena tamb茅m 茅 contada no livro 鈥淣ada menos que tudo鈥, escrito pelos jornalistas Jailton de Carvalho e Guilherme Evelin. A obra ser谩 lan莽ada pela Editora Planeta

Segundo relato 脿 鈥淰eja鈥, Janot chegou a engatilhar a arma, chegou a menos de dois metros do ministro, mas n茫o conseguiu efetuar o disparo. O motivo da ira foi um ataque de Mendes 脿 filha do ent茫o procurador-geral. 鈥淓sse inspetor Javert da humanidade resolveu equilibrar o jogo envolvendo a minha filha indevidamente. Tudo na vida tem limite. Naquele dia, cheguei ao meu limite. Fui armado para o Supremo. Ia dar um tiro na cara dele e depois me suicidaria. Estava movido pela ira. N茫o havia escrito carta de despedida, n茫o conseguia pensar em mais nada. Tamb茅m n茫o disse a ningu茅m o que eu pretendia fazer鈥, conta.

O procurador disse que, depois de ter falhado no prop贸sito de executar seu advers谩rio, chamou seu secret谩rio executivo, disse que n茫o estava passando bem e foi embora. 鈥淣茫o sei o que aconteceria se tivesse matado esse porta-voz da iniquidade. Apenas sei que, na sequ锚ncia, me mataria鈥, conclui. Mendes 茅 um ferrenho cr铆tico da Lava-Jato. Em sess玫es do STF, costuma aproveitar seus votos para atacar tamb茅m Janot. Diversas vezes j谩 chamou o procurador de b锚bado e de irrespons谩vel. Para o ministro, as den煤ncias apresentadas por Janot ao Supremo n茫o s茫o consistentes o suficiente para justificar a abertura de processo penal.
Em contrapartida, Janot j谩 apresentou a莽玫es ao STF alegando a suspei莽茫o de Gilmar para atuar em processos. Em maio de 2017, o procurador pediu o impedimento de Gilmar na an谩lise de um habeas corpus de Eike Batista, com o argumento de que a mulher do ministro, Guiomar Mendes, atuava no escrit贸rio S茅rgio Bermudes, que advogava para o empres谩rio.

Ao se defender em of铆cio, Gilmar afirmou que a filha de Janot, Let铆cia Ladeira Monteiro de Barros, advogava para a empreiteira OAS em processo no Conselho Administrativo de Defesa Econ么mica (Cade). Segundo o ministro, a filha do procurador poderia na 茅poca 鈥渟er credora por honor谩rios advocat铆cios de pessoas jur铆dicas envolvidas na Lava Jato鈥. O epis贸dio provocou a raiva de Janot. 鈥淎铆 eu sa铆 do s茅rio鈥, resumiu.