Policial

Em operação do Gecoc, vice-prefeita de Sidrolândia é presa com maconha e presidente de hospital com arma

Operação contra esquema de propina por Pix e desvio de R$ 5,4 milhões do Hospital da Cidade.
- Imagem Divulgação (redes sociais)

A vice-prefeita de Sidrolândia, Cristina Fiúza (MDB), e Jacob Breure, ex-presidente do Hospital Beneficente Elmíria Silvério Barbosa, foram presos nesta terça-feira (18/11/2025) durante a Operação Dirty Pix. A ação é conduzida pelo Gecoc/MPMS (Grupo Especial de Combate à Corrupção, do Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

 Motivos das Prisões e Apreensões 

Os dois eram inicialmente alvos de mandados de busca e apreensão, mas acabaram presos devido a flagrantes:

  • Cristina Fiúza: Foi encontrada em sua residência uma quantidade de maconha suficiente para uso pessoal.

  • Jacob Breure: Foi apreendida uma arma sem registro em sua casa.

Ambos foram levados para a Delegacia de Polícia de Sidrolândia. 

Esquema de Propina por Pix e Desvio de R$ 5,4 Milhões 

A Operação Dirty Pix – nome que faz alusão a "pix sujo", em referência a transferências financeiras ilícitas – cumpre 18 mandados de busca e apreensão em Sidrolândia (MS) e Manaus (AM).

O foco da investigação é o desvio de R$ 5,4 milhões em verbas públicas destinadas à saúde. Esse recurso, repassado pelo Governo do Estado à Prefeitura de Sidrolândia, seria usado na compra de um aparelho de ressonância magnética e um autoclave hospitalar para o Hospital Dona Elmíria Silvério Barbosa.

  • O Desvio: Parte da verba foi desviada pela direção do hospital e pela empresa fornecedora, a Pharbox Distribuidora Farmacêutica de Medicamentos (CNPJ 20.820.379/0001-93).

  • A Propina: A Pharbox teria pago vantagens indevidas (propina) a vereadores e ao então presidente do hospital, Jacob Breure, utilizando transferências via Pix, feitas diretamente ou por meio de terceiros. 

 Principais Alvos da Operação

A apuração do Jornal Midiamax revelou que a operação tem como alvos, entre pessoas e empresas:

  • Cargos Eletivos/Públicos:

    • Cristina Fiúza (MDB) – Vice-prefeita de Sidrolândia.

    • Enelvo Felini Júnior – Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente.

    • Izaqueu Diniz, o Gabriel Autocar (PSD) – Vereador de Sidrolândia.

    • Cledinaldo Cotócio (PSDB) – Vereador.

    • Adavilton Brandão (MDB) – Vereador.

    • Elieu Vaz (PSDB) – Ex-vereador.

    • José Ademir Gabardo (Republicanos) – Ex-vereador.

  • Hospital e Envolvidos:

    • Jacob Meeuwis Breure – Ex-presidente do Hospital Dona Elmíria Silvério Barbosa.

    • Júlia Carla Nascimento.

    • Júlio César Alves da Silva.

  • Empresas:

    • Pharbox Distribuidora Farmacêutica de Medicamentos (CNPJ 20.820.379/0001-93).

    • Farma Medical Distribuidora de Medicamentos e Correlatos (CNPJ 40.273.753/0001-95).

    • Comercial Gabardo (CNPJ 08.217.980/0001-90).

    • Gabriel Auto Car (CNPJ 19.409.298/0001-16). 

 Atraso na Entrega dos Equipamentos

O esquema de propina estaria ligado à aquisição dos equipamentos que nunca foram entregues. O Hospital Beneficente Dona Elmíria Silvério Barbosa, em agosto de 2023, já havia condenado a Pharbox a entregar os equipamentos.

  • Compra: A empresa foi contratada em dezembro de 2022 para fornecer a ressonância magnética e a autoclave, em um investimento total de R$ 5.468.750,00.

  • Pagamento Antecipado: O valor foi pago integralmente pelo hospital – a compra em dólares (por se tratar de ressonância importada) foi o motivo alegado para a antecipação.

  • Descumprimento: A ressonância deveria ser entregue em 100 dias e a autoclave em 70 dias, mas o hospital alegou que a empresa não cumpriu os prazos de entrega e instalação.

- Redação