Policial

Neno Razuk é condenado a 15 anos de prisão por liderar jogo do bicho em MS

O deputado Neno Razuk, foi condenado a mais de 15 anos de prisão, em uma ação relacionada a um esquema de exploração de jogos de azar no estado.
- Foto Divulgação

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) proferiu uma sentença condenando o deputado estadual Roberto Razuk Filho, conhecido como Neno Razuk (PL), a mais de 15 anos de prisão, em uma ação relacionada a um esquema de exploração de jogos de azar no estado. Além do parlamentar, outras 11 pessoas também foram consideradas culpadas no processo.

A condenação foi determinada pelo juiz José Henrique Kaster Franco, da 4ª Vara Criminal de Campo Grande. Ao deputado, foram imputados os crimes de exploração de jogo do bicho, roubos e formação de organização criminosa armada. O magistrado destacou que "nenhum desses delitos têm a mais remota ligação com o exercício das atribuições constitucionais esperadas e exigíveis de um deputado estadual," reforçando que não havia nexo entre o cargo e os crimes a ele atribuídos. O juiz pontuou que a condenação visa proteger o exercício da função pública dos delitos cometidos, e não proteger a pessoa do réu em razão do cargo.

Apesar da pena aplicada, Neno Razuk, que está em seu segundo mandato na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), recebeu o direito de apelar da sentença em liberdade. O mesmo benefício foi concedido a outros três condenados: Diogo Francisco, Edilson Rodrigues Ferreira, Julio Cezar Ferreira dos Santos e Valnir Queiroz Martinelli. Já José Eduardo Abdulahad, apesar de condenado a regime fechado, cumprirá pena em recolhimento domiciliar com monitoramento eletrônico, devido ao seu estado de saúde. Por outro lado, três réus foram absolvidos na decisão: Tiano Waldenor de Moraes, Diego de Sousa Nunes e Luiz Paulo Bernardes Braga, tendo seus mandados de prisão revogados.

A sentença detalha as penas aplicadas aos condenados: Neno Razuk foi sentenciado a 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, 5 meses de detenção e 559 dias-multa. Outros réus, como Gilberto Luis dos Santos e Manoel José Ribeiro, receberam penas ainda maiores, de 16 anos, 4 meses e 29 dias e 13 anos, 7 meses e 1 dia, respectivamente. Carlito Gonçalves Miranda (10 anos, 9 meses e 24 dias), Mateus Aquino Junior (11 anos e 7 meses) e Taygor Ivan Moretto Pelissari (4 anos, 11 meses e 15 dias) também estão entre os que receberam penas de reclusão mais extensas, juntamente com Wilson Souza Goulart (4 anos, 2 meses e 22 dias) e os demais já citados com direito a apelação em liberdade.

As investigações, que culminaram na quarta fase da Operação Successione deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco/MPMS) em novembro de 2025, apontam o deputado Neno Razuk como o líder operacional da organização criminosa que explora jogos ilegais no estado. Contudo, os documentos indicam que toda a operação dependia da aprovação do pai do parlamentar, o ex-deputado Roberto Razuk. O patriarca, atualmente internado em estado gravíssimo e cumprindo prisão domiciliar após ter sido preso preventivamente, é considerado pelo Gaeco o chefe do grupo criminoso e a pessoa que detinha a decisão final sobre questões cruciais como investimentos, expansão e articulações.

Redação

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